segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Meu Pranto





Meu Pranto

Socorro...
Grita o meu Eu, sufocado...
Já não consigo mais carregar a dor de não poder ser eu mesma.
Pra que se fingir de forte, quando o que quero agora, é o conforto de um abraço.
Um ombro para chorar as minhas lágrimas.
Será que ninguém percebe, minha agonia disfarçada.
Será que ninguém ouve o meu pedido de socorro,
a necessidade de uma mão amiga?
Todo este tempo, sendo quem não sou...
Todo este tempo, acumulando dores, dissabores, mágoas...e fingindo um sorriso de quem tudo pode, tudo aguenta, tudo enfrenta...
No começo até eu acreditei...Eu posso, foi o que pensei...
Por que fingir era muito mais fácil, do que enfrentar o que me amedrontava, do que colocar o dedo na ferida da minha alma...
O tempo foi passando, e agora que ninguém me ouve, minha alma grita os anseios de quem não quer mais calar...
Quanta hipocrisia...Demorou para a mentira vir à tona.
Demorou para que as represas se rompessem e eu me afogasse no pranto que eu nunca derramei...
Será que vou ter que pagar um preço maior que esta dor, para poder ter um colo, um ombro pra chorar?
A culpa não é de quem não me ouve, ou das pessoas que eu tão bem enganei. A culpa se pode se dizer assim...é minha, por não ter me acolhido, por não ter me dado a chance de ser e sentir a verdade.
Mas hoje eu vou chorar...
Vou derramar todo um pranto guardado e sofrido.
Vou deixar-me afundar, num mar de lágrimas...para depois de esgota-las, vir a tona de novo, e me dar uma nova chance.
Uma chance de ser EU MESMA.
De ser generosa comigo mesma...Isto eu mereço.
Não posso mais carregar a dor do mundo.
Eu quero quem eu fui de volta...quero minhas verdades...quero quem eu realmente sou.
E se pra isto eu vou ter que enfrentar a dor, então vamos lá...
Mas antes, vocês vão me dar licença...Mas eu vou chorar...
Texto de Magaly Delgado


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