sexta-feira, 2 de setembro de 2011

AMOR QUE SEJA INFINITO ENQUANTO DURE


AMOR, QUE SEJA INFINITO ENQUANTO DURE.





Sentada aqui nesta pedra, enxergo o horizonte a minha frente, para mim não existe nada mais bonito do que o entardecer, o céu todo alaranjado, e o sol refletindo baixo sob as águas da represa.

Neste momento me deixo levar pelas lembranças, e bate aquela nostalgia já conhecida, saudades de tempos passados, amigos ausentes e amores antigos.

Deixo-me percorrer por caminhos conhecidos, e percebo que sou uma mulher privilegiada, amei e fui amada, vivenciei este amor do começo ao fim, e é uma pena, que tudo tenha um fim.

A maturidade nos mostra onde acertamos onde erramos, mas ela infelizmente não nos torna impassíveis de vivenciar e repetir tudo de novo.

Não é a idade que nos torna mais sábios, mas sim o meio de nos auto conhecermos, o modo como aprendemos com o que passamos, com o que sentimos, com nossa própria fragilidade ou dor, nossa sabedoria de vida, nossos sucessos ou fracassos.

A idéia de passar de uma fase de vida para outra, muitas vezes me assustou, e me vi presa, a relações acabadas, sentimentos extintos, esticando a corda fictícia de relações inexistentes, que só eram reais para mim.

O medo de deixar o conhecido, mesmo que este seja o caos, nos impede de mergulhar em novas relações, e sucumbimos muitas vezes a ilusões que não nos acrescentam nada, a não ser a falsa crença de “sermos felizes”.

E o problema é que está ilusão ou mentira, às vezes dura uma vida inteira, e quando acordamos e nos damos conta do que não vivemos, vem este sentimento nostálgico, que nos arrasta, e nos faz sentir a dor do que perdemos, ou talvez do que nunca tivemos.

Muitas pessoas ainda preferem viver na mentira, representam relações perfeitas, e sonham com algo inalcançável, o príncipe dos contos de fada, que nunca virará sapo.

Quantos amores tivemos, e quantos ainda iremos ter?

Porque fugir de nós mesmos, do que realmente somos ou queremos, das falhas ou acertos, e corrermos o risco de repetirmos relações doentias?

Doentias, porque cedo ou tarde estão fadadas a morrer, acabar. Começaram simplesmente pelos motivos errados, pois na maioria das vezes, não deixamos o outro conhecer realmente quem somos, o que sentimos e o pior, o que esperamos dele.

Olhando a água já escura, agora sem os raios do sol que já se põe, agradeço por ter vivido o que vivi, e poder mesmo que tardiamente, começar a entender que os verdadeiros amores são para vida inteira, mesmo sabendo que em alguns casos, eles tem data e hora marcada para acabar. Findos, devem ultrapassar o sentimento da dor e acalentar o coração, como agora num fim de tarde.

Pois como já dizia o poeta: “ O amor, que seja infinito enquanto dure”.










Um comentário:

  1. Que lindo, Maga! Sinto saudades de escrever assim, como se as palavras fossem a tradução de um sentimento... Perdi um pouco essa habilidade, ou tenho medo de ir buscá-la novamente lá no fundo do meu baú onde talvez tenha deixado ou esquecido, pois já não tenho mais tanta certeza do que sinto como alguns anos atrás... De qualquer forma é sempre bom falar, escrever ou pensar sobre amor, relacionamentos e sobre a vida... Mesmo com toda a dificuldade que encontramos em vivê-la plenamente... Hoje em dia então, com tantas distrações, fragmentações, interações, acho que nem tenho as configurações necessárias pra processar o que isso realmente significa... Quando estamos tão cheios, praticamente transboradando o tempo inteiro, acho que acabamos por nos sentir meio esvaziados, ou incapazes de sentir profundamente, pois não há espaço para as coisas brotarem, criarem raízes, se nutrirem e crescerem em nosso íntimo... Precisamos esvaziar um pouco pra que uma outra forma de sentir e experimentar a vida possa florescer dentro de nós! Adorei o novo blog e esse texto belíssimo! Obrigado, Bira

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